Não sou um homem religioso mas sei apreciar música, e garanto que é difícil encontrar coisa melhor que as cantatas religiosas de J. S. Bach.
Estou escutando-as todas, na ordem. A Cantata BWV 95 chamou minha atenção. Ao escutá-la seguindo a partitura, fui levado às lágrimas, coisa que nunca acontece. É que só nesse momento vi a letra da música. Não entendo alemão, mas na partitura há uma tradução para o inglês.
Johann Sebastian Bach escreveu mais de 300 cantatas, porém só nos restaram umas 195. Cada Cantata era apresentada num domingo do ano (durante a missa) e seu assunto era determinado pelo calendário religioso luterano.
Cada cantata é um conjunto de peças tais como corais, recitativos, árias etc.
Um famoso relato revela que, ao escutar uma peça de Bach, Mozart exclamou “eis uma coisa com a qual se pode aprender!”, sentou-se com as partituras e não levantou até ter lido todas. Beethoven chamava Bach de “o pai da harmonia”. O compositor de que Chopin provavelmente mais gostava e mais tocava era Bach.
Para o idiota moderno, acostumado a nulidades musicais como as da MTV e da rádio Jovem Pan, pode haver bastante estranhamento no início. Vencida essa barreira, que de resto é culpa de nosso estúpido estilo de vida e não do genial compositor, as cantatas de Bach trazem muita alegria, afinal veiculam um conteúdo humano e divino ao mesmo tempo.
A Cantata BWV 95, intitulada “Christus, der ist mein Leben” (Cristo é minha vida) contém uma famosa ária com pizzicato: “Ach, schlage doch bald”.