A indústria cultural também é responsável pela idiotice de algumas novas gírias.
A gíria é uma força que leva ao desentendimento entre diversos tempos. Por exemplo, “Erotik” não é o que você pensou, e sim uma bonita peça para piano de Edvard Gried. “Erótico” significava “amoroso” ou “relativo ao amor”. A palavra, faz pouco tempo, especializou-se no sexo, longe do significado que lhe davam os filósofos.
Outro exemplo. Há anos tento tocar (mas é difícil) a terceira balada para piano de Chopin — uma cativante peça de uns 7 minutos de duração, com um incrível equilíbrio dramático e formal. Quando uma amiga pronuncia a palavra “balada”, o que me vem à mente primeiro é o significado original da palavra: obra musical ou poesia narrativa épica, geralmente de caráter folclórico.
O triste é que eles, os estúpidos, nossos inimigos de sempre, pegaram essa palavra e inventaram uma gíria, significando “festa noturna, geralmente em boate”. Esta página sobre gírias data o fato de 1997 e o atribui aos “espertos da mídia dance (novamente eles)”.
Minha amiga replica: Qual o problema da gente usar a palavra balada, se hoje ela tem esse significado?
O problema é que é necessário resistir à estupidez promovida pela indústria cultural (pois cultura não é mercadoria). Vejamos mais algumas gírias a serem evitadas: